quarta-feira, 2 de maio de 2012
HISTÓRIA DA DANÇA
A
dança foi uma das primeiras formas de expressão artística e pessoal.
A história da dança retrata que seu surgimento
se deu ainda na Pré-História, quando os homens batiam os pés no chão. Aos
poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer
outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
Pinturas de dançarinos foram
encontradas em paredes de cavernas na África e no sul da Europa na
pré-história. Estas pinturas podem ter mais de 20 mil anos. As cerimônias
religiosas que combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente
desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico.
Estas cerimônias devem ter sido realizadas para
reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças
também podiam realizar-se por outras razões: como nascimento, curar um enfermo
ou lamentar uma morte. Os sociólogos acreditam que a dança exerceu um
papel importante na caça e em muitas outras atividades da vida pré-histórica.
Os cientistas estudam as danças de várias culturas porque as formas de dança de
um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida.
Tanto as danças sagradas como as profanas
existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo
e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem
informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se
principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes
se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança
também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para
divertir as famílias ricas e seus convidados.
Os gregos antigos consideravam a dança essencial
para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão
aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver
o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte
da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em
ocasiões festivas. As danças religiosas desempenharam importante
papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro
chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem
a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada
nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino
experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças
humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas, incluíam músicas alegres.
Quando os romanos conquistaram a Grécia, em 197
a.C., tinham adquirido grande parte da cultura grega, inclusive a dança. Os
artistas romanos dançavam ao mesmo tempo que faziam números de acrobacia e
mágica. Alguns romanos importantes, apesar da popularidade da dança , a
desaprovavam. Cícero, o famoso orador dizia: "Nenhum homem dança, a menos
que esteja louco ou embriagado".
Muitas tribos da América do Norte dançavam para
pedir chuvas e uma boa colheita. Várias danças religiosas ainda são realizadas
atualmente.
Na Austrália, algumas tribos de aborígenes seguem
o antigo costume de imitar os gestos da caça durante uma dança religiosa
realizada antes da caçada. Em alguns vilarejos ingleses, as crianças dançam em
torno de um mastro com fitas numa festa para celebrar a chegada da primavera,
no dia 1 de maio. Esse costume vem das antigas danças religiosas dos romanos,
que dominavam a Inglaterra do ano 43 d.C. até princípios do século V. No dia 1
de maio os romanos cultuavam Flora, a deusa romana da primavera, dançando em
torno de um mastro enfeitado com flores.
Durante a Idade Média, aproximadamente do século
V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa.
Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas
delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes
continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva.
Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de
elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais
populares.
Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que
causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava
freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam
os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a
doença. Isto ocorreu no século XIV.
Durante toda a Idade Média, os europeus
continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com
danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e
foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola.
No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos
festivos.
A Renascença, que começou na Itália em torno de
1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período
de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de
dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças
chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e
artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e
efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns
aos outros.
Catarina de Médicis, membro da família que
governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547,e levou para
a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em
1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar
o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de
balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.
Além de produzir espetáculos, os mestres de dança
ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo a saltitante galharda, a
solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico
durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos
da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.
O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a
1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a
França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente,
durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos seus papéis favoritos, o de Apolo,
deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de "Rei Sol".
Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios
intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos
poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro
tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.
O Romantismo foi um movimento artístico que deu
grande importância à individualidade e à liberdade de expressão pessoal. Até
então, a maioria dos balés girava em torno dos deuses e deusas, mas com o
Romantismo passaram a tratar de pessoas comuns. Muitos enredos de balés do
século XIX tinham como personagens seres imaginários, como fadas e silfides
(espíritos do ar).
No século XIX, grande parte das danças sociais
que se popularizaram na Europa e na América começou com o povo. Outra vez , a
nobreza em vez de lançar moda imitava os camponeses que dançavam valsas e
polcas.
A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande
variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança
moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos
de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock.
A dança teatral obteve o seu maior sucesso
comercial nos filmes e comédias musicais. Grande número de novas danças populares surgiram
e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus
passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o
charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing.
Surgiu então o rock'n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos
de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os
negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram
com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e
obedecem a uma seqüência marcada de passos. A dança é uma forma de arte que
cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos
ritmos e novas combinações de passos.
A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz
hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a
forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São
contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchine ou Béjart,
como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte:
sua visão pessoal, a literatura e suas observações.
A dança caminha ao lado da humanidade e de seus
progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes
obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as
religiosas. Não é mais uma arte de elite mas se transformou num meio de
diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em
televisão, cinemas e praças.
Desde 1982, no dia 29 de abril, comemora-se o dia
internacional da dança, instituído pela UNESCO em homenagem ao criador do balé
moderno, Jean-Georges Noverre. A Dança é a arte de mexer o corpo, através de uma
cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria.
Não é somente através do som de uma música que se
pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se
ouve, e até mesmo sem ele.
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