O Bolero é um ritmo que mescla raízes espanholas com influências
locais de vários países hispano-americanos. Surgiu na Espanha, mas
sofreu modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos e
ritmo mais lento. Tem tradição nos seguintes países: Cuba, Porto Rico,
República Dominicana, Colômbia, México, Peru, Venezuela, Uruguai,
Argentina e Brasil.
Fonte: wikipédia
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A origem do Bolero
Embora de
origem espanhola de boleras (bolas) ou de volero (de volar – voar), a
formação musical do Bolero, como se conhece hoje se desenvolveu
principalmente em Cuba, mas também com grande vigor em Porto Rico,
República Dominicana e México, seu principal difusor. A dança Bolero
praticada atualmente no Brasil tem suas origens no Rio de Janeiro, sob
grande influência do tango. Já em outros paises latinos, está mais
próxima de uma rumba mais lenta, sem muitas variações de figuras, pois é
tida como dança para romance.
Tem que se
inicialmente dividir a historia do Bolero em três momentos: antes de ser
“cubanizado” em meados do século XIX, pós-Cuba e a criação do estilo
carioca de se dançar Bolero.
O primeiro
registro da palavra Bolero que se tem conhecimento data do século X, de
uma dança de origem árabe, o “Bolero de algodre”, que era dançado em
grupos de três passos – um rapaz e duas moças. Embora não pareça o
Bolero ter ai sua raiz, devido ao fato dos mouros terem ocupado a
Espanha por muitos séculos, não é de se estanhar que o espanhol tenha
adsorvido esta palavra, que para muitos vêm das boleras (bolas) que
ornamentavam os vestidos das ciganas. Enquanto para outros, vem de
volero (de volar – voar), pois estas dançarinas pareciam estar voando ao
fazerem seus rodopios e movimentos nos vestidos. De qualquer forma,
estas versões nos dão uma certeza, que a origem está na Espanha, e não
na França ou Inglaterra, onde andou com o nome de danza e contradanza,
como sugerem alguns.
Até chegar a
Cuba, Porto Rico, República Dominicana e México, o bolero espanhol vai
se formando baseado na “cancíon de prosapla hispânica” e agregando
elementos das “árias operísitcas”, da “romanza francesa” e da canção
napolitana. Até Ravel, compositor clássico, deu sua versão em o “Bolero
de Ravel”.
Inicialmente
era executado com acompanhamento de castanholas, violão e pandeiro, tal
qual o fandango (dança espanhola de origem árabe), enquanto o casal
dançava sem se tocar, com sensuais movimentos de aproximação e
afastamento.
Trazido
pelos espanhóis para suas colônias na América, ele foi se modificando
pelas influências locais e recebendo contribuições, em especial, de
ritmos vindos da áfrica, assim como da "contradanza francesa".
Analisando a Cuba do século XIX e de fins do XVIII, detecta-se a atuante
presença inglesa desde que barcos tomaram La Habana
em 1762. Logo depois, no final do século XVIII, franceses e seus
servidores negros e mulatos chegaram a Cuba, fugidos dos rebeldes
haitianos, trazendo para a burguesia e a aristocracia cubana, a
contradanza e a novidade do casal dançar entrelaçado, que gerou grande
rebuliço na burguesia e aristocracia cubana, fazendo com que os pais
orientassem suas filhas a dançarem com os quadris afastados, somente a
parte de cima teria contato, característica que hoje não se vê mais no
bolero cubano, dançado com movimentos semelhantes aos da Rumba, porém,
mais lentos e com poucas variações, mas que ainda permanece em muitos
dançarinos de Son e Salsa.
Em 1780 o
bailarino espanhol Sebastian Cerezo criou com muito sucesso uma variação
baseada nas Saguidillas, bailados de ciganas andaluzes, cujas
vestimentas eram ordenadas com pequenas bolas (as boleras), o que veio
reforçar a versão da origem do nome Bolero.
Nessa época
é notável também o crescente movimento entre o México e os portos de
sul de Cuba, desde os anos da retenção da zona de San Juan de Ulúa por
tropas espanholas (1825), assim como a presença de famílias e tropas
vindas das recém instauradas republicas latino-americanas o que acabou
por gerar a introdução de uma nova forma de acompanhamento musical,
mistura de “raguedo y punteado”, muito segmentado e constante na
primeira guitarra e acentuado totalmente na segunda guitarra, renovando o
contato dos cubanos com os sons yucatecos.
No aspecto rítmico muito se agregou da danza,
da habanera e da figura rítmica do El cínico, proveniente das músicas
folclóricas de Sanit Domingue. Assim, desse caldeirão de culturas, surge
em Santiago de Cuba, “El bolero”, que embora tenha emprestado o nome de
seu homônimo hispânico, desse muito se diferencia. A começar, por
exemplo, da sua estrutura de compasso em dois por quatro, em vez de três
por quatro do bolero espanhol.
Hoje o Bolero tem presença mundial devido principalmente à difusão
pelo México, e tem contribuído com seu romantismo para a união de muitos
casais já há muitas gerações.
Curiosamente,
só no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, essa dança adquire uma
estrutura mais complexa incorporando movimentos do Tango, como
trocadilhos, esses, caminhadas, cruzados e giros, Nos demais estados,
até o inicio da década de 90, restringia-se praticamente a base do “dois
pra cá, dois pra lá” ou mesmo ao “um pra lá e dois pra cá” dos
dançarinos mais antigos. Em São Paulo
mesmo, como nos lembra o Professor Roberto Mendoza, o Bolero só se
reformula para a forma como é dançada hoje, quando sua Academia, a
Strapolos, contrata em 1994, os professores cariocas João Carlos Ramos e
Elaine Delatorre para introduzirem em São Paulo, o Samba de Gafieira, o Bolero e o Soltinho, ainda inéditos no meio acadêmico da dança de salão paulistana.
No entanto,
mesmo com toda essa trajetória de transformações sempre foi mantido seu
caráter de dança de galanteio, suave, terna e romântica, com movimentos
caracterizando uma eterna busca da conquista da mulher amada que por
sua vez seduz o parceiro, num jogo que podem durar 3 minutos ou mesmo
uma vida inteira.