terça-feira, 8 de maio de 2012

DANÇAS DE SALÃO



         Genericamente conhecida como dança social, a dança de salão é caracterizada pelo agrupamento em pares com papel masculino e feminino bem definido. O termo “de salão” veio pela necessidade de salas grandes, os salões, para que fosse possível realizar as evoluções das danças.
A dança de salão apareceu pela primeira vez nas cortes italianas e depressa chegou até a França e a Inglaterra. Como uma prática de excelência e uma atividade de prestígio, foi estabelecida como parte da aristocracia da época, que a diferenciava das classes mais pobres, praticantes somente das danças folclóricas.
             Os ritmos mais dançados eram os estilos mais clássicos e elegantes, como a dança medieval básica, com passos pequenos e deslizantes. Nos séculos XV e XVI surgiram os ritmos mais rápidos, como a Sarabande, na qual os casais passavam entre filas de bailarinos. Em seguida, o Galliard e a rodopiante Volta.
         Ainda na Europa, era possível apreciar o delicado Minueto. A Valsa, originária de uma versão simplificada da dança austríaca denominada Lãnder, deu ao ano de 1776 o título de marco fundamental para a história das danças de salão. Nesse período, houve a primeira exibição de Valsa em Viena e foi também a primeira vez que os bailarinos se tocaram de maneira mais íntima ao dançar. O contato físico, necessário ao dançar, escandalizou muita gente.
          Quando a prática da dança social começou a ser levada a sério, teve início a organização da dança de salão. Além das pessoas que dançavam socialmente também existiam as que dançavam com finalidade competitiva. A dança se dividiu entre social e de competição. Foram os ingleses os primeiros que percorreram vários países para encontrar a síntese de cada ritmo, codificando a forma de dançá-los para criarem as primeiras competições.
 [...] surge o profissionalismo [...] até então, a dança era uma expressão livre; a partir deste momento, toma-se consciência das possibilidades de expressão estética do corpo humano e da utilidade das regras para explorá-los. Além disso, o profissionalismo caminha, sem dúvida, no sentido de uma elevação do nível técnico. (BOUCIER, 1987)
No século XX, a dança de salão foi introduzida no mundo. No Brasil, chegou com Louise Frida Reynold Poças Leitão, uma suíça que, fugindo da I Guerra Mundial, desembarcou em São Paulo em 1914 e passou a ensinar os ritmos tradicionais para a sociedade. No Rio de Janeiro cresceu nas mãos de Maria Antonieta Guaycurús de Souza.
Com o passar o tempo, a dança de salão evoluiu e chegou ao século XXI com diversidade rítmica e variação de andamentos. A origem de cada dança, a postura, a forma de locomoção e a utilização de espaço são características específicas e passaram a definir a divisão da dança de salão entre danças clássicas e latinas.
A Internacional DanceSport Federation (IDSF), órgão responsável pelas danças de competição, assume que dez ritmos fazem parte de duas modalidades de dança, sendo eles:
  •  Danças Clássicas: Valsa Inglesa, Valsa Vienense, Tango, Slowfox e Quickstep.
  • Danças Latinas: Samba, Cha-Cha-Cha, Rumba, Paso Doble e Jive.
Esses ritmos estabelecem um padrão considerado integralmente apenas em competições. No âmbito social, também existem as mesmas modalidades de dança, clássicas e latinas, mas nelas não aparecem todos os dez ritmos estabelecidos pela IDSF.
Em uma escola de dança de salão, por exemplo, a grade pode variar. Há a constância de alguns ritmos, a ausência de outros e a inserção de muitos que, por terem surgido mais recentemente, ainda não entraram na classificação oficial de competição. Dançar, em uma escola, é uma atividade social e permite flexibilidade para determinar quais ritmos irão compor a grade do curso de dança de salão de acordo com a cultura, preferência e procura do público.
A dança de casal foi levada pelos colonizadores para as diversas regiões das Américas, onde deu origem às muitas variedades, à medida que se mesclava às formas populares locais: tango na Argentina, maxixe, que deu origem ao samba de gafieira, no Brasil, a habanera, que deu origem a diversos ritmos cubanos, como a salsa, o bolero, a rumba etc.
Nos Estados Unidos, o swing surgiu de grupos negros dançando ao som de jazz no início dos anos vinte. As primeiras danças criadas foram o charleston e o lindy hop. Essas deram origem a vários outros tipos de danças americanas, como o jitterbug, o balboa, o west coast swing e o east coast swing.
No Brasil, oito ritmos são os mais praticados, tanto nos bailes quanto nas escolas especializadas, sendo eles: bolero, soltinho, samba, forró, lambada, zouk, salsa e tango, sendo que ainda podemos encontrar diversas variações destes ritmos.
O soltino pode ser considerado como uma versão brasileira semelhante ao swing chamada soltinho.[
Internacionalmente, para fins de competição, o termo dança de salão se restringe a certas danças, de acordo com as categorias -- International Standard e International Latin -- definidas pelo Conselho Mundial de Dança (WDC, na sigla em inglês). As danças praticadas nesses estilos são: a valsa lenta (ou valsa inglesa), o tango internacional (diverso do tango argentino), a valsa (também chamada de valsa vienense), o foxtrote e o quickstep (International Standard); o samba (diferente das modalidades de samba brasileiro), o chachachá, a rumba, o paso doble e o jive (International Latin).


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